The Economist publicou um chart interativo, muito interessante, comparando a remuneração e o número de horas trabalhadas pelos professores, em 24 países, com o desempenho dos alunos desses países no PISA.
A conclusão da Economist é que nem a remuneração, nem a carga horária dos professores explicam completamente a qualidade do ensino. Há países com PISA acima de 500, com todos os tipos de combinação de remuneração e carga horária.
OK, mas os países de pior performance (Mexico, Chile, Slovakia) tendem a ter uma remuneração pior – mesmo ajustadas à PPP (paridade de poder de consumo) – e menos horas de trabalho para os professores.
E o Brasil? Como ele não aparece no gráfico, nós buscamos os valores para o Brasil e inserimos na reprodução abaixo (criamos um box, com as informações que apareceriam no original interativo, do Brasil e do México, para comparação).
Observe que os professores mexicanos ganham muito mais do que os brasileiros (apesar do PIB mexicano não ser tão maior do que o nosso), mas o desempenho dos alunos não é significativamente melhor, o que demonstra que não basta aumentar os salários sem melhorar a formação e seleção dos professores.
Todos sabemos que o Brasil tem consistentemente um péssimo resultado no PISA, sempre ficando abaixo da 50ª posição, nas três disciplinas, num ranking de 65 países.
O mesmo acontece neste gráfico: o Brasil é o país de pior desempenho no PISA, de todos os 25. É o segundo com pior remuneração dos professores e é um dos que tem menor número de horas semanais trabalhadas pelos professores.
Enfim, nossa educação continua um lixo e, para melhorá-la, precisamos formar melhores professores; remunerá-los melhor; avaliá-los por desempenho, afastando os piores; e fazê-los trabalhar mais horas.
Hoje, nós fingimos que pagamos nossos professores e eles fingem que ensinam nossos alunos.