Uma imagem vale mais do que mil palavras, mas algumas palavras também sintetizam idéias que precisamos de frases inteiras para explicar.
Há até mesmo palavras e expressões que podem alterar a forma como entendemos e nos relacionamos com o mundo. Pense no quanto expressões como “espírito esportivo”, “know-how” ou “Murphy” moldam diariamente nosso comportamento ou pensamento – e quão complexo é explicá-las.
Pensando nisso, o jornalista e escritor americano Howard Rheingold compilou uma lista de cerca de 180 palavras ou expressões, de mais de quarenta idiomas, que não têm equivalente em inglês. “They Have a Word for It” não é uma obra acadêmica; é apenas um compêndio divertido de palavras e expressões interessantes, incomuns e que, às vezes, nos permitem ver uma parte do mundo por um ângulo diferente.
Já o consagrado autor inglês Douglas Adams foi mais longe: compilou um “Dictionary of Things There Aren’t Any Words for Yet − But There Ought to Be” (“Dicionário de Coisas Para as Quais Ainda Não Há Nenhuma Palavra − Mas Deveria Haver”). Apesar de totalmente humorístico, o “dicionário” de Adams nos faz realmente desejar palavras para classificar pessoas:
AINDERBY STEEPLE (n.) One who asks you a question with the apparent motive of wanting to hear your answer, but who cuts short your opening sentence by leaning forward and saying 'and I'll tell you why I ask...' and then talking solidly for the next hour.
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Ou situações e objetos:
WHASSET (n.) A business card in you wallet belonging to someone whom you have no recollection of meeting.
Uma nova seção
Inaugurando uma nova seção – mais ou menos regular – de palavras que podem nos proporcionar uma nova forma de ver situações comuns – “Tem uma palavra para isso!” – escolhemos um verbo japonês:
nemawashi (v.)
Sondar informalmente, buscando construir consenso.
Literalmente, nemawashi significa “amarrar raízes” – um termo originado na arte do bonsai.
A metáfora com o bonsai lembra-nos como a cuidadosa poda e reposicionamento das raízes (o sentimento das pessoas a respeito de uma decisão ou iniciativa) determina o futuro crescimento da árvore (a aceitação, suporte e, consequentemente, chances de sucesso da iniciativa).