Ao contrário de qualquer outro negócio, quando a TABLE PARTNERS faz um trabalho no setor de educação, até a moça do café se interessa pelo que a equipe do projeto vai descobrindo e aprendendo. Isso acontece porque a experiência das pessoas com a educação é uma parte tão essencial de todos nós.
O mesmo acontece com o país, como um todo.
O Brasil tem cerca de 1400 municípios com pelo menos uma instituição de ensino superior e aproximadamente 4100 municípios sem nenhuma faculdade ou universidade. Os jovens desses 4100 municípios que desejam e podem fazer um curso superior têm de estudar em outro município.
Quando uma região é muito desprovida de recursos, um único município que possua algumas faculdades acaba servindo toda a região e, muitas vezes, esse município acaba tendo mais alunos em curso superior do que sua própria população de jovens. É o caso, por exemplo, de Pontal do Araguaia (MT), Joaçaba (SC) e Engenheiro Coelho (SP). Há, no Brasil, 14 municípios nessa situação de “super-população” universitária.
Onde está o meio-termo ideal?
A virtude está no meio
Quando comparamos o desenvolvimento dos municípios brasileiros com sua penetração do ensino superior (o número de estudantes universitários dividido pelal população entre 18 e 24 anos), descobrimos um padrão interessante.
O índice de desenvolvimento dos (1.100) municípios que possuem pelo menos uma faculdade, porém menos de 25% de seus jovens cursam o 3o. grau, é praticamente idêntico ao dos municípios sem nenhuma faculdade (veja o gráfico abaixo).
Alguns exemplos são Juazeiro do Norte (CE), Corumbá (MS) e Feira de Santana (BA).
Indice de Desenvolvimento (IFMB) e Penetração do Ensino Superior
Subitamente, quando a penetração do ensino superior ultrapassa 25% o índice de desenvolvimento sobe 18% (de 0,60 para 0,71) e, nos municípios em que 50% a 75% da população jovem cursa faculdade, o índice chega a seu máximo, de 0,76. A partir daí, à medida em que a penetração do 3o. grau aumenta, o índice de desenvolvimento cai.
The usual suspects
Que municípios são esses 66, com a melhor combinação de desenvolvimento e população universitária?
Os suspeitos de sempre: aqueles municípios que, apesar de seus problemas urbanos e de crescimento, têm cara de Brasil que está dando certo.
Exemplos: Curitiba, Londrina e Maringá (PR), Bauru, Marília e Presidente Prudente (SP), Goiânia (GO), Lages (SC), Caxias do Sul, Novo Hamburgo e Santa Maria (RS).
São municípios em que o crescimento de renda da última década está semeando desenvolvimento futuro, porque suas populações estão investindo no capital intelectual da geração que estará no mercado de trabalho daqui a 5 anos.
Um clube restrito
Um número desconfortavelmente pequeno de estados possui municípios neste “Clube dos 66”:
SP tem 20; MG tem 12, RS tem 11; PR tem 10 e SC, GO, TO e MS respondem pelos outros 13. E fim.
Esse é o Brasil que “pegou o embalo” do desenvolvimento.
Vamos torcer para outros sócios entrarem para o clube, nos próximos anos.